A seletividade alimentar é um desafio comum enfrentado por muitas crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A dificuldade em aceitar novas texturas, sabores e cheiros pode impactar significativamente a saúde e o desenvolvimento dessas crianças. Neste artigo, vamos explorar as causas da seletividade alimentar no TEA e a importância de um tratamento multidisciplinar, envolvendo nutricionista, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.
Por que a Seletividade Alimentar é Tão Comum no TEA?
A seletividade alimentar no TEA está frequentemente ligada a:
Rigidez cognitiva: relacionada a busca por padrões e previsibilidade em diversos aspectos, impactando também nas escolhas alimentares, gerando uma alimentação monótona
Déficits nas habilidades motoras orais: dificuldade de mastigação, deglutição e hipotonia
Disfunções sensoriais: crianças com TEA apresentam maior prevalência de alterações sensoriais, gerando dificuldade na interação com os alimentos, impactando no repertório alimentar
O Papel de Cada Profissional:
Nutricionista: O nutricionista avalia o estado nutricional da criança, elabora um plano alimentar personalizado e oferece orientações sobre a introdução de novos alimentos de forma gradual e segura.
Fonoaudiólogo: O fonoaudiólogo trabalha a aceitação oral de diferentes texturas, consistências e temperaturas, além de além de trabalhar as habilidades motoras orais
Terapeuta ocupacional: O Terapeuta Ocupacional avalia e trata Disfunções Sensoriais através de atividades lúdicas individualizadas com objetivo de desenvolver autonomia e independência em todas as áreas das Atividades de Vida Diária, incluindo na alimentação.
A Importância do Trabalho em Equipe:
O tratamento da seletividade alimentar no TEA é mais eficaz quando realizado por uma equipe multidisciplinar. Cada profissional contribui com sua expertise, complementando o trabalho do outro e oferecendo um tratamento mais completo e individualizado.
Avaliação completa: A equipe realiza uma avaliação completa da criança, considerando aspectos nutricionais, sensoriais, comportamentais e sociais.
Planejamento personalizado: Um plano terapêutico individualizado é elaborado, levando em conta as necessidades e características de cada criança.
Intervenção integrada: As intervenções dos diferentes profissionais são coordenadas e integradas, visando alcançar os objetivos terapêuticos de forma mais eficiente.
Suporte aos pais: A equipe oferece suporte aos pais, fornecendo orientações e estratégias para lidar com a seletividade alimentar no dia a dia.
Benefícios do Tratamento Multidisciplinar:
Melhora da qualidade de vida: Uma alimentação mais variada e equilibrada contribui para uma melhor qualidade de vida da criança.
Ressignificar a alimentação: a introdução gradual de novos alimentos através do lúdico auxilia na construção de memórias positivas relacionada a alimentação, proporcionando maior familiaridade e diminuindo a rigidez no comportamento alimentar.
Desenvolvimento de habilidades: a terapia ocupacional e a fonoaudiologia contribuem para o desenvolvimento de habilidades motoras e orais e modulação dos sistemas sensoriais, permitindo que a criança se sinta confortável e segura para explorar os alimentos.
Maior autonomia: A criança se torna mais independente na hora de se alimentar, aumentando sua confiança e vínculo com a alimentação.
Conclusão:
A seletividade alimentar no TEA é um desafio que pode ser superado com um tratamento adequado e multidisciplinar. A atuação conjunta de nutricionista, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional é fundamental para oferecer um cuidado integral à criança e à sua família.